Com 80% dos profissionais vítimas de agressões, audiência pública debate violência contra a enfermagem

Oito em cada dez profissionais de enfermagem em São Paulo já sofreram algum tipo de violência no trabalho. O cenário, revelado por levantamento do Coren-SP, motiva a audiência pública marcada para a próxima terça-feira, 18 de novembro, às 9h, no Plenário da Câmara Municipal.

O debate, proposto pelo nosso mandato, reunirá representantes do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), do STMC, do Sinsaúde e de diretórios acadêmicos de universidades da região. O objetivo é discutir o avanço das agressões físicas, psicológicas e verbais, que afetam a rotina da categoria e propor medidas para garantir segurança e dignidade no ambiente de trabalho.

Segundo o levantamento do Coren-SP, além dos 80% que já sofreram algum tipo de violência, quase metade dos profissionais passou por mais de um episódio. As agressões verbais lideram, atingindo 88,8%, seguidas por violência psicológica (78,7%) e física (21,1%). A maioria relata ainda falta de apoio institucional após os incidentes e medo de denunciar, diante da sensação de impunidade.

O problema é agravado por fatores estruturais, como sobrecarga de trabalho, divisão desigual de tarefas, precarização dos contratos e condições insalubres em hospitais e unidades de saúde.

Para Romão, a situação exige intervenção imediata.

“A enfermagem é uma das categorias que mais sustentam o sistema de saúde brasileiro, e é inaceitável que esses profissionais sigam expostos à violência e à desvalorização. É papel do poder público garantir condições dignas, seguras e humanas de trabalho. Essa audiência é um passo importante para construirmos respostas concretas a esse problema”, destacou.

A audiência será aberta ao público e transmitida ao vivo pelos canais oficiais da Câmara Municipal de Campinas.